Todas as fabricantes de pneus oferecem 5 anos de garantia do produto contra defeitos de fabricação. O período é contado a partir da data de emissão da nota fiscal de compra do pneu ou do veículo novo com equipamento original. Na falta do comprovante de compra, a data que pode ser considerada é a de fabricação do pneu. Para saber quando ele foi produzido, basta olhar na sua lateral, onde consta o código DOT.
Caso seja constatado algum problema de fabricação, o pneu é substituído. Algumas fabricantes não cobram nada por isso, outras cobram o percentual correspondente ao desgaste do pneu. Mas atenção! A garantia não cobre danos causados pelo mau uso dos pneus. Quem fará essa avaliação será um técnico certificado da fabricante do pneu, que conseguirá identificar o real motivo da avaria no produto.
Já adiantamos que com a alta tecnologia utilizada na fabricação dos pneus é incomum que eventuais problemas sejam decorrentes de fábrica. Para que não haja dúvidas, listamos abaixo situações que se constatadas pelo técnico a garantia não será aplicada.
1) Uso incorreto da pressão de ar no pneu:
Usar uma pressão incorreta pode danificar o pneu e, inclusive, fazê-lo estourar. Um olhar técnico consegue identificar o uso de alta ou baixa calibragem pelas características do pneu.
2) Danos acidentais como bolhas e furos no pneu:
É muito comum se achar que bolhas em pneus são um problema de fabricação. Dificilmente são. As bolhas geralmente surgem por causa de impactos, como buracos e choques contra guias, ou problemas de montagem.
Após o pneu passar por um buraco ou sofrer algum tipo de choque, a estrutura interna se rompe. Isso faz com que a pressão por dentro empurre a borracha para fora, formando a bolha. Detalhe: isso não ocorre apenas com pneus velhos. As bolhas podem aparecer em pneus novos ou recém-montados. Portanto, pneu com bolha pode não entrar na garantia.
O mesmo acontece em relação a furos e rasgos. Normalmente eles são provocados por pequenos pregos, irregularidades ou pedregulhos do terreno. Nesse caso, também não há cobertura da garantia.
3) Desalinhamento da direção do veículo ou desbalanceamento do conjunto pneu/roda:
A falta de alinhamento e do balanceamento podem ocasionar desgaste irregular e prematuro nos pneus. É possível perceber isso pelas posições de desgaste no produto. Neste caso, a garantia não irá cobrir o prejuízo.
4) Irregularidades mecânicas no sistema de suspensão, amortecedores, direção e freios dos veículos:
A função dos amortecedores é manter os pneus firmes no chão. Quando estão danificados ou desgastados, eles perdem a capacidade de manter o pneu o tempo inteiro na via. O que ocorre são pequenas batidas do pneu no terreno, que vão provocando a sua deterioração. A olho nu é difícil de ver, mas passando a mão no pneu é possível perceber uma espécie de escamação no produto.
Em relação ao sistema de direção, problemas em seu terminal podem provocar folgas que comprometem o alinhamento dos pneus e provocam seu desgaste irregular. Já no caso dos freios, eventuais problemas no sistema podem tornar mais pesado o arraste do pneu no solo, provocando o desgaste mais rápido do produto.
5) Instalação de medida de pneu não equivalente à original do veículo:
Quando um veículo é projetado, suas rodas e pneus são pensados para atender de forma adequada sua estrutura, o sistema eletrônico e oferecer boa dirigibilidade. No caso de utilizar medidas maiores, pode ocorrer de o pneu encostar no para-lama ou na suspensão do carro. Isso faz com que ele se desgaste mais rapidamente e até rasgue. Naturalmente, nessas situações, a garantia da fabricante não cobre o dano no pneu.
6) Montagem e desmontagem incorretas dos pneus ou consertos inadequados:
Um pneu deve ser montado apenas por um profissional habilitado. Uma das situações que pode ocorrer durante a montagem do produto é a danificação do talão. Se furado ou rasgado, ele provoca vazamento de ar, fazendo com que o pneu não sustente a calibragem. Diferentes problemas podem surgir então, como o maior desgaste do pneu e a redução de sua vida útil. Eles também não serão cobertos pela garantia!
7) Instalação de pneu com índice de carga inferior ao exigido pelo fabricante do veículo:
Todos os pneus possuem um índice de carga e de velocidade. Eles indicam a carga máxima e a velocidade que cada pneu pode suportar, considerando o peso do automóvel, o tamanho do porta-malas, a capacidade de passageiros e seus pesos médios. Usar pneus com índices menores do que o recomendado pelo fabricante pode causar prejuízos como a sobrecarga do ombro do pneu e o consequente desgaste dele. Em casos mais graves, ele pode até estourar. Você conhece as partes do pneu do seu carro? Aprenda agora mesmo
8) Uso de pneu em terreno inapropriado ou má condução:
Os pneus são fabricados levando em consideração diferentes tipos de uso, como urbano, fora da estrada ou misto. Sua estrutura é feita tendo em conta as condições desses terrenos. Quando você utiliza um pneu para uso urbano em um terreno de muita terra, pedras e/ou lama, está expondo o produto a um solo para o qual não foi preparado. Isso pode provocar danos, que não serão reparados pela garantia.
Também não terão direito à garantia avarias causadas por má condução do veículo, como frenagens bruscas, patinagens e arrancadas. É nítido para um técnico de análise quando o dano no pneu foi causado por uma direção agressiva. Ele pode apresentar escamação, desgaste em um ponto específico e até queda de pedaços do produto.
9) Contaminação do pneu por produtos químicos:
O único produto que pode ser usado nos pneus é o famoso “pretinho”, para deixá-lo mais preto e brilhante. Para limpeza, apenas sabão neutro. O uso de qualquer outro produto, como óleos, graxas, solventes ou derivados de petróleo podem danificar o produto. Há quem use diesel no pneu para evitar que cães façam xixi nele. Produtos derivados de petróleo podem fazer o pneu se deteriorar e naturalmente não serão cobertos pela garantia.
10) Utilização de pneus Run Flat em carros não homologados:
Os pneus com tecnologia Run Flat são feitos para rodarem mesmo quando estão furados, sem causar danos à roda. Mas eles não podem ser usados em qualquer carro. Para rodar com pneus Run Flat, os veículos precisam ser equipados com algumas tecnologias, entre elas: sensor de pressão, uma vez que o motorista pode não perceber que os pneus estão sem ar. Além disso, a suspensão do veículo também precisa ser preparada para isso. Caso contrário, eles podem sofrer desgaste prematuro.